O retrato nunca foi o meu tipo de fotografia predileto. Aliás, não gosto muito de fazer fotos de pessoas, isto é, tendo nelas os elementos principais. Talvez seja devido a uma timidez. Talvez seja por eu pensar nunca ter feito uma imagem de rosto que realmente me agradasse. De qualquer forma, os retratos nunca foram o meu ‘forte’ e, portanto, fiz pouco disso em minha pequena história como fotógrafo.
Amiga fotografada em 2004 com Leica e tri-X
Certa vez planejei fazer um inventário fotográfico a respeito de personagens marilienses. Optei por fotografar algumas pessoas que fizeram de suas vidas algo original, desenvolvendo atividades artísticas aqui na cidade. Selecionei aqueles que utilizaram os meios de comunicação como o cinema, a pintura, a fotografia o rádio, teatro e os jornais.
Antigos mantenedores da Sta. Casa de Marília em 2006 (Leica e tri-X)
Tive contato com pessoas ilustres e com belas histórias profissionais e de vida, com muita luta e realizadas em Marília. Entre essas pessoas, fotografei o Sr. Orozimbo, mestre dos primórdios do cinema em minha cidade. Ele realizou o primeiro filme tendo como “palco” a cidade de Marília do anos 70. Foi um curta-mertagem feito em película 8mm chamado de “Interlúdio”. Hoje o Sr. Orozimbo não está mais vivendo conosco. Penso que fui uma pessoa privilegiada por ter conhecido e assistido o referido filme.
Orozimbo e sua Canon 8mm com a qual filmou "Interlúdio", imagem de 2002 (Canon e tri-X)
Fotografei o grande mestre da história da fotografia em Marília o Sr. Sebastião Leme e a memorialista Rosalina Tanuri. Tentei nesses retratos ser o mais simples possível, pouco acrescentando nessas grandes figuras. Era apenas as imagens deles e de seus instrumentos de comunicação. Perguntava para eles como queriam ser fotografados com seus instrumentos. Dito isso e a imagem aparecia...era só enquadrar e regular a máquina...
Rosalina Tanuri analisando uma foto antiga em 2002 (Canon e tri-X)
Fotografei, algum tempo mais tarde, um músico das noites marilienses. A história desse artista se confunde com a história da boemia de Marília, de seus barzinhos, das galeras e das paqueras sempre com a trilha sonora de Chico de Assis...
Chico de Assis e seu inseparável violão em 2006 (Leica e ilford)
Chico gravou um CD e utilizou as minhas fotos para ilustrá-lo. Fiquei muito orgulhoso. Fiz também alguns retratos a pedido de alguns amigos e amigas. Durantes longas e divertidas conversas com essas pessoas, pegava a Leica da bolsa (já com o tri-X e regulada) e fotografava...
Sávia fotografada em 2004 com Leica e neopan
Mas como eu ia dizendo que não gosto dos retratos...
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