O uso dos punhos como arma em brigas de rua remonta aos primórdios da Humanidade. Os mais antigos documentos que evidenciam a prática do pugilismo como esporte datam de 4 000 a 5 000 anos e foram encontrados na Suméria ( civilização que desenvolveu-se na região do atual Iraque ) e Egito.
Fotografia feita em Academia de Boxe de Marília, 2011/ Nikon D70
Entre esses antigos documentos existem várias terracotas escavadas por arqueólogos, hoje em exposição no Museu do Iraque. Há também inúmeros afrescos funerários egípcios, como os que podemos visitar em Beni Hasan. São também muito variadas as regiões da Terra onde desde os mais remotos tempos se sabe da existência de técnicas pugilísticas.
Daniela, campeã brasileira de boxe feminino em Academia de Marília, 20011/ Nikon D70
Popular na Inglaterra nos séculos XVIII e XIX, o boxe era praticado com as mãos nuas. Essas lutas com as mãos descobertas eram frequentemente brutais. O boxe foi reformado em 1867, com as Regras de Queensberry, que previam rounds de três minutos, separados por um intervalo de um minuto, além do uso obrigatório das luvas. Essas regras entraram em vigor em 1872.
Fotografia feita em Academia de Boxe de Marília, 2011/ Nikon D70
No início do sec. XX, o boxe era quase totalmente desconhecido no Brasil. Os raros esportistas limitavam-se a membros das comunidades de emigrantes alemães e italianos, no Rio Grande do Sul e em Sao Paulo. Foi só com eles que foi introduzida, entre nós, a idéia de competição esportiva entre dois homens...
Fotografia feita em Academia de Boxe de Marília, 2011/ Nikon D70
O boxe nunca foi fácil, nem de se ver, nem de se praticar. Segundo a ESPN americana, em pesquisa feita há algum tempo, adotando alguns critérios gerais em comparação com vários esportes, o boxe é aquele que mais exige do ser humano. Não é pra menos que alguém que chegue ao status de campeão seja temido pelos atletas, ou admirado por eles.
Valéria, pugilista da Arte Nobre que compete no Brasil, Marília/ 2011 D 70
A falta de tradição esportiva foi outra característica que desfavoreceu uma melhor introdução do boxe no Brasil. No final do sec. XIX e início do XX, lutar era sempre associado a coisa de capoeiristas e, então, à marginalidade. Esse preconceito era especialmente forte entre os membros da elite dirigente do país.
Fotografia feita em Academia de Boxe de Marília, 2011/ Nikon D70
Fatos como os mencionados acima não só aocnteceram no Brasil. Entre 1908 e 1915, o boxeador negro norte-americano Jack Johnson deteve o cinturão de campeão mundial dos pesados e muito humilhou os brancos que o desafiaram. Uma consequência disso foi os dirigentes americanos proibirem os cinemas de passarem fitas ou noticiários com lutas de boxe.
Fotografia feita em Academia de Boxe de Marília, 2011/ Nikon D70
Nesse contexto de dramas e "lutas", há algumas mulheres resolveram levar ao pé da letra que bater não é só para homens e resolveram buscar no boxe uma alternativa para entrar em forma, extravasarem as emoções, aprimorarem a coordenação motora, além de ser uma técnica também de autodefesa e equilíbrio entre corpo e mente.
Fotografia feita em Academia de Boxe de Marília, 2011/ Nikon D70
Mas, e se o boxe tivesse mais investimento? E se todos os aspirantes ao esporte de luvas tivessem o apoio necessário? Talvez existisse algum outro esporte? Talvez não, pois o boxe, que já movimenta bilhões de pessoas, o faria ainda mais, com mais espetáculos, um atrás do outro, já que teríamos uma centena de “Mayweathers” e “Cottos” andando por aí hoje em dia. Só que ao parar pra pensar podemos analisar que talvez o que faz o boxe ser o que é, um esporte para guerreiros, seja mesmo a marginalização desse esporte...
Fotografia feita em Academia de Boxe de Marília, 2011/ Nikon D70
Essa história ainda continua em Marília...